7 razões pelas quais os sócios entram em conflito
Diversas são as razões que levam os sócios entrarem em conflito. A governança corporativa é uma estratégia interessante para regular e harmonizar os interesses dos acionistas.
O início de uma sociedade é marcado por boas expectativas de sucesso, interesse em comum, vontade de crescer, prosperar e por um sentimento de colaboração mútua para atingir essas finalidades. No direito societário, chamamos esse “sentimento” de affectio societatis.
Porém, assim como em um casamento, o elo inicial e o interesse em comum que uniram os sócios pode acabar. Nesses momentos surgem os conflitos que muitas vezes podem levar ao fim da empresa.
Ocorre que a empresa nasce para ser uma organização que ultrapassa os interesses desses sócios. O intuito é que a personalidade jurídica nasça como um terceira pessoa, que irá servir a sociedade, crescer, prosperar e multiplicar resultados. Para que isso ocorra, não se pode deixar que qualquer tipo de confronto entre os sócios destrua esse novo organismo vivo.
Para evitar que esses conflitos surjam é necessário entender previamente os motivos que levam aos sócios entrarem em divergência. Dentre eles, podemos citar:
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Ausência ou desalinhamento de expectativas e propósitos;
Nesse ponto, voltamos a reflexão do casamento, não é possível continuar juntos se as expectativas e propósitos são diferentes.
A empresa nasceu da vontade convergente de duas ou mais pessoas que decidiram unir esforços para empreender juntos em determinado ramo de negócio. A partir do momento em que a visão do futuro para a companhia diverge entre os sócios, os conflitos começam a surgir.
Não é possível levar um mesmo barco para mares diferentes no mesmo espaço de tempo. Assim, cada um começa a enxergar como prioridade a seu próprio objetivo para a companhia, e assim, o embate está instaurado.
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Perfis inadequados para a função acordada para o sócio;
Nessa situação os sócios previamente acordam que cada um exercerá uma função específica dentro da companhia. Porém, não levaram em consideração os perfis pessoais de cada um para desempenhar o papel.
Como exemplo podemos citar um sócio que tem extrema dificuldade em relacionamentos interpessoais, e é designado para a função de gerenciar pessoas. Certamente, os conflitos surgirão.
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Omissão nos deveres;
Os deveres de cada sócio dependerão do tipo de sociedade que é constituída. Porém, a causa dos conflitos é quanto um deles deixa de cumprir com o seu dever pré-estabelecido.
Por exemplo, nas sociedades limitadas, é dever dos sócios integralizar o capital social. A omissão desse dever, certamente, irá gerar diversos conflitos dentro da sociedade.
- Abuso dos poderes;
O abuso de poder pode ser compreendido, de forma ampla, como atos que possam gerar dano à companhia ou a outros sócios. Ou ainda, condutas para a obtenção, para si ou para outrem, de vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou possa resultar, prejuízo para a companhia ou para outros acionistas.
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Ausência de transparência financeira;
A ausência de transparência financeira ocorre quando o sócio majoritário ou ainda, o que é responsável pela gestão financeira da companhia, oculta dos demais os aspectos importantes das finanças da companhia.
Essa situação é a causa geradora de diversos impasses tanto entre os sócios quanto para o mercado externo. A ausência de transparência financeira, em muitos casos pode ser fatal para a longevidade e perpetuação dos negócios.
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Conflitos pessoais em empresas familiares;
Os conflitos pessoais em empresas familiares ocorrem sempre que os impasses da vida privada alcançam as paredes corporativas, ou vice-versa.
Vários são os fatores que podem gerar os conflitos pessoais, podemos citar: os relacionamentos complexos e próximos entre os sócios, padrões de comunicação pouco profissionais, apego do sócio fundador ao legado ou ainda, sócios que tem várias funções sobrepostas tanto na empresa quanto em casa.
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Quebra do affectio societatis
A affectio societatis está para a empresa como o amor está para o casamento. Ou seja, não há como existir o elo entre os sócios sem a existência da affectio societatis.
Esse elemento é traduzido como a intenção dos sócios em contraírem sociedade entre si, em outras palavras, nada mais é do que o desejo comum de trabalharem juntos e unirem esforços para a constituição, crescimento e sucesso da companhia.
Quando ocorre a quebra dessa intenção, que muitas vezes vem em conjunto com a quebra de confiança entre os sócios, os conflitos são facilmente instaurados.
Como resolver ou resguardar a empresa dos conflitos entre os sócios?
A solução é estabelecer boas práticas de governança corporativa, com o foco na dimensão societária. Se possível, é interessante que sejam estabelecidas antes mesmo da constituição da sociedade e que as regras para lidar com os conflitos já estejam previstas no contrato social da empresa.
As práticas de governança corporativa, dentro da dimensão societária, existem para regular e harmonizar as relações entre sócios, prevenindo os conflitos internos com foco na perpetuidade da empresa.
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